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Descrição de chapéu Chuvas no Sul Aeroporto fechado leva à corrida por aluguel de carro ou motorista para sair do RS Situação ocorre após enxurrada paralisar operações do Salgado Filho, em Porto Alegre
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6.mai.2024 às 20h22 Atualizado: 7.mai.2024 às 15h07

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Leonardo Vieceli Rio de Janeiro

A empresária Maria José Salata, 67, aproveitou o feriado do Dia do Trabalhador, celebrado na quarta-feira (1º), para viajar do Rio Janeiro a Porto Alegre com o marido. A ideia era visitar familiares na capital gaúcha até domingo (5).

O retorno de avião para casa no final de semana, entretanto, ficou inviabilizado com o desastre provocado pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O aeroporto Salgado Filho foi fechado na sexta (3) em razão da enchente histórica que castiga a capital gaúcha.

A concessionária que administra o terminal, a Fraport Brasil, disse que não há previsão de reabertura. Enquanto isso, companhias aéreas já anunciaram o cancelamento de voos na cidade até 30 de maio.

Sem a reabertura do aeroporto, Maria José tentava nesta segunda (6) confirmar a locação de um carro para quarta-feira (8).

O plano é usar o veículo para se deslocar até Florianópolis, de onde ela e o marido pretendem embarcar em um voo de volta para o Rio.

“Não conseguimos alugar um carro nem para hoje [segunda] nem para amanhã [terça]”, diz a empresária.

Caso a reserva não se concretize, ela até cogitava buscar um motorista particular para fazer o trajeto rodoviário.

O caso de Maria José é um dos exemplos das incertezas e dificuldades de transporte trazidas pelas enxurradas no Rio Grande do Sul.

Além de fechar o aeroporto de Porto Alegre, o desastre também destruiu pontes que conectam o interior do estado.

A advogada Gislaine Rozendo, 45, fazia turismo com a família em Gramado (a 120 km da capital gaúcha) quando as chuvas começaram a impactar a rotina local.

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Com o fechamento do Salgado Filho, a moradora de Presidente Prudente (a 558 km de São Paulo) viu a passagem aérea de retorno para casa ser cancelada.

A advogada conta que, em um primeiro momento, até conseguiu reservar novo bilhete para o início desta semana. Porém, o novo voo também foi cancelado, já que o aeroporto continuou fechado na capital gaúcha.

A saída, então, foi buscar um motorista particular que conseguiu levar Gislaine e a família até Florianópolis. A viagem de carro, segundo ela, custou R$ 2.800 e demorou quase oito horas devido a desvios de rota.

Em Santa Catarina, ela ainda teve de comprar uma terceira passagem aérea, para finalmente concluir o retorno a São Paulo nesta segunda.

Apesar dos gastos adicionais, a sensação é de alívio ao deixar para trás o cenário de destruição visto no Rio Grande do Sul, indica a advogada. “Dá muita tristeza de olhar ao redor. Você não tem vontade de ir a restaurante, de passear.”

Gislaine também reclama da falta de assistência das companhias aéreas na hora de fazer o cancelamento das passagens. Ela diz que não teve suporte adequado.

“Teve um hora em que pensei: ‘qualquer voo, para qualquer lugar, estou pegando’”, afirma.

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Com os estragos provocados pelas tempestades, postos de combustíveis registraram filas de motoristas nos últimos dias. O temor era de falta de itens como gasolina no Rio Grande do Sul.

O Sulpetro, entidade empresarial que representa os postos, afirma que não há risco de desabastecimento por problemas de produção de combustíveis, mas reconhece que dificuldades logísticas atrapalham o atendimento à população no estado.

“A gente pode tranquilizar no sentido de que não há desabastecimento geral por falta de produto. É uma questão logística, e temos de encontrar soluções. Existem companhias [distribuidoras] que estão conseguindo entregar mais, outras menos”, disse João Carlos Dal’Aqua, presidente do Sulpetro.

Com o aeroporto fechado, viajantes têm recorrido ao aluguel de carros para deixar Porto Alegre e sair do Rio Grande do Sul, segundo Fernanda Ritter, sócia-proprietária da Ritter Hotéis, que opera na capital gaúcha.

“É um movimento que está acontecendo, já que a via aérea está bloqueada. A dificuldade agora é mais para ir [de carro] para o interior do estado”, diz a empresária, em referência aos estragos nas rodovias que cortam diferentes municípios gaúchos.

Em nota, o diretor da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis) no Rio Grande do Sul, Jair Limberger, indicou que, com o fechamento do aeroporto e pessoas em casa, percebe-se uma diminuição considerável na procura de locação de veículos em um primeiro momento.

“Num segundo momento, entendemos que haverá procura de aluguel por diferentes necessidades. Além das pessoas, muitas empresas tiveram suas frotas comprometidas em função das águas”, disse o diretor. Segundo ele, o setor terá capacidade para absorver essa procura mais à frente.

A locadora Unidas afirmou que seu objetivo no momento é “apoiar a população local”. A companhia diz que colabora com o grupo Anjos do Asfalto e que empresta carros para levar suprimentos a pessoas atingida pelas chuvas.

“Para os clientes que estavam com carros alugados e estão em área de risco, a recomendação é aguardar um momento seguro para fazer a devolução. Não serão feitas cobranças extras pelo período de uso do veículo”, disse a empresa.

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Retorno ao RS também é prejudicado

Quem tenta voltar para o Rio Grande do Sul também enfrenta dificuldades com a paralisação do Salgado Filho. É o caso do designer gráfico Gelson dos Santos, 50, que aproveitou o feriado da semana passada para conhecer o Rio de Janeiro.

Nesta segunda, o morador de Porto Alegre ainda se perguntava como e quando poderá retornar à capital gaúcha. Seu voo de retorno estava agendado para a próxima quinta-feira (9).

Ele pretendia entrar em contato com a companhia aérea responsável em busca de mais informações. “A gente ainda não tem muita ideia do que vai ser feito”, diz.

Em nota divulgada nesta segunda, a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) afirmou que passageiros afetados por cancelamentos devem entrar em contato com as companhias para remarcação ou reembolso dos bilhetes com origem ou destino na capital gaúcha.

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